Artista faz homenagem a pintora mexicana, retratando sua trajetória de dor e vitórias
A artista plástica Maria Paula Bianco Tondi participa do I Festival de Arte Contemporânea Brasileira que ocorre de 28 setembro a 28 de dezembro no Hotel Blue Tree Premium de Alphaville, em sua primeira edição, com o tema: Homenagem à Frida Kahlo. O festival tem como objetivo a realização de uma releitura coletiva em versão artística brasileira, com liberdade de expressão, sem qualquer exigência de estilo, técnica, tintas, dimensões ou formatos, em que os artistas poderão criar sem amarras, inclusive em fotografias e em esculturas.
Frida foi uma das pintoras mais influentes do século XX. Ícones da moda como os estilistas Givenchy, Valentino. Na música, inspira bandas contemporâneas como Coldplay, Red Hot Chilli Peppers, entre outras se inspiram no estilo impetuoso, original e irreverente da artista. “O festival é uma oportunidade de resgatar a história de tão brilhante personalidade da nossa história, além de abrir espaço para artistas do cenário nacional mostrarem seu talento”, comenta Maria Paula.
“Minha homenagem a esse ícone da arte é um mix entre vários elementos. A borboleta representa transformação constante e liberdade e, principalmente essa Borboleta Monarca, é famosa por migrar rumo ao Sul, no inverno, do Canadá para o México, aonde a temperatura é mais quente. Outra marca registrada da Frida é a trança que com frequência ela usava amarrada por cima da cabeça. Nessa pintura, a trança está representada pela corrente, no intuito de, de alguma maneira, trazer a sensação de um aprisionamento sofrido pela Pintora. No entanto, sua alma sempre foi livre e sua arte a fez ainda mais livre, mesmo que fisicamente imobilizada e limitada. Por isso, na minha pintura, as correntes estão abertas e entrelaçadas às patas da borboleta monarca”, diz a artista.
Repleto de simbologias, a versão da artista Maria Paula traz outros aspectos que merecem destaque. Uma ave, que pode ser uma Fênix, faz alusão as grossas sobrancelhas de Frida, representando sua força por ter passado ao lado da morte e sobrevivido, ressurgindo quase que das cinzas. Sutilmente percebe-se que essa Fênix traz em suas garras os brincos usados por Frida, tendo fetos como joias, que representam o imenso desejo dela em ter um filho. Percebe-se, ainda, um outro feto, bem embaixo do seu nariz, aqui sendo levado embora, ilustrando o aborto sofrido.
“As ataduras, estruturas metálicas e coletes cervicais usados pela Frida, durante toda a sua recuperação, foram retratados no dorso ilustrado de forma remontada. Lembram escadas, e os caminhos percorridos por Frida sempre exigiram muito esforço, esforço de subida, mas com direção ao topo, à guerra, seja ela qual for. Sempre coberta por um manto de concreto, fazendo referência a sua força física e sua personalidade marcante. O fundo azul é uma homenagem a casa aonde a Frida nasceu e viveu a maior parte do seu tempo”, pontua Maria Paula.
Sobre Maria Paula Bianco Tondi Cores fortes e ambientes alegres sempre foram, desde a infância, a paixão da artista plástica Maria Paula Bianco Tondi. “A paixão pela arte só cresceu com o passar dos anos, surgindo o interesse em reciclar, transformar e reaproveitar produtos antigos ou desprezados. “Portas, janelas, garrafas e os mais variados objetos antigos passaram a ser meus objetos de desejo”. Com olhar apurado e sensibilidade transformadora, a artista dá nova vida a descartes de entulhos e lixos resgatados de caçambas.
Serviço
I Festival de Arte Contemporânea Brasileira
De: 28 de setembro a 28 de dezembro de 2018
Local: Hotel Blue Tree Premium de Alphaville, na Alameda Madeira, 398 – em Barueri